sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Como faz o vento...


Já na sua rotina o Sr. Adérito continua a saborear a alheira e a ouvir a melodia do vento a bater nas folhas da palmeira. Não é fácil desembaraçarmo-nos da nossa própria memória, pouco ou nada há a fazer quando as coisas nos tocam os sentidos, de forma tão indelével. Vencido pela teimosia dos seus pensamentos, recorda ainda com mais força tudo o que os sustem, as palavras, um poema... enquanto caminha. Percorre as mesmas ruas, cumprimenta as mesmas pessoas, dá dois dedos de conversa sem grandes demoras, e transporta consigo a felicidade que sentiu naquela noite. Então murmura baixinho...
(...)
"Não nasci para ser a pedra
mármore que cobre um morto
A terra só prende a árvore
e eu vou de porto em porto

Como faz o vento,
assim eu quero viver
como faz o vento,
o vento que anda e é livre
entre vós"
(...)
(Joan Manuel Serrat)

1 comentário:

  1. Excelente Srº Adérito, por sentir e ouvir toda essa melancolia do vento a bater, nessas grandes folhas de palmeira. Por sussurrar palavras, poemas escritos, sentidas continuadamente.
    Parabéns srº Adérito...

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